20 de julho de 2014

Conselho

Se eu tivesse que dar um conselho para qualquer pessoa, conhecida ou desconhecida, amiga ou distante certamente seria esse:

"Não minta sentir algo. Não minta se importar. O certo seria, na realidade, não minta. Quando você mente para uma pessoa e depois outra, e caso estas pessoas descubram mutuamente a verdade, todo o sentimento puro se transforma em ódio à farsa. Não confunda 'ser uma pessoa excêntrica' com 'ser uma pessoa farsante' perante aos demais."


*René Magritte pintou algumas das obras mais incríveis do Surrealismo, na minha opinião. Qualquer uma tem significado tão grande que viraria tatuagem fácil, fácil.

6 de julho de 2014

Terra e seus habitantes que gostam de escrever

Após um período de sobrevivência e longos períodos vivendo de verdade, não poderia deixar de resumir uma parte do que eu já vivi e já senti.

Nos períodos de sobrevivência, e podemos chamá-lo de "guerra silenciosa", a máxima "a melhor defesa é a indiferença" foi o melhor escudo que eu poderia utilizar. Em resposta a pequenos traumas sofridos, simplesmente ignorei totalmente as ações dos autores dos ataques e planejei com frieza as formas em que eu sairia do campo de batalha. Foi tudo muito bem calculado: o fator "emoção" estava definitivamente fora de cogitação e talvez isso tenha me ajudado muito a enfrentar algumas coisas sem que meu coração mole fosse feito de bobo. A indiferença foi tanta que eu era a tirana para os adversários e a moça sorridente que colocava flores nos canos de fuzis para os meus amados companheiros. Ou seja, emoção inversamente proporcional às máscaras vestidas.

Depois de teoricamente vencer a guerra silenciosa, vieram os "tempos de glória". Muita alegria e exageros estampados para quem quisesse ver (e até quem não quisesse). Eu havia gostado da minha postura indiferente, então usei por mais um tempo esse fator com algumas modificações mais irônicas e críticas em minha convivência com os demais. Não eram raras às vezes em que eu era caricata. Gosto específico, trajes previamente pensados, humor ácido exageradamente, e uma relação emotiva um tanto quanto palhaça e desleixada. Eu havia vencido o mundo e nada era melhor do que tirar sarro disso.

Mas esse tipo de comportamento só pode vigorar se você olhar apenas pra si mesmo. Nesse momento eu estava virando o tipo de pessoa que mais ironizava, estava virando aquelas pessoas que precisam passar uma imagem de que todas as minhas atitudes estavam sob controle, eu me garanto, eu sou autêntico, "minha camiseta de banda é muito melhor que essa sua bunda de fora" e bla bla bla. Não poderia haver mentira maior na glória. Foi quando passei a olhar para os demais, mas não com olhar de crítica, e sim olhando os comportamentos, as intenções por trás das ações, os sonhos, os ideais e que as pessoas podem mudar de opinião de forma sincera. Quando se percebe que se gosta dessas pessoas não pela afinidade mas porque elas são pessoas e você precisa de pessoas, você precisa DESSAS pessoas. Passei a viver de uma forma diferente e bem menos alardeada.

Ainda não sei nomear essa terceira etapa, mas é algo como "não seja sua própria juíza e executora" e isso fez muito sentido pra mim. É muito fácil você simplesmente não se importar com algo ou alguém, ou quando se importar, utilizar de armas baixas para demonstrar isso: xingando outras pessoas para proteger as "suas pessoas", criticando algum tema ou mostrando-se super inteligente sem realmente se aprofundar em algo, ou fazendo piada de outros e acabar criticando quando fazem piada com você e seus protegidos.

O mundo evolui conforme evoluem seus habitantes. E definitivamente, se eu tiver a oportunidade, não quero evoluir sozinha.