29 de dezembro de 2013

"Criamos os problemas para as suas soluções!"

Viver como os outros é fácil. Viver pelas regras e leis que você não pode alterar é indolor e leve. Você nunca terá culpa permanecendo sob os domínios iguais de outros tantos. Você não resolve os problemas, pois os problemas não chegam até você. Você apenas os cria: dorme, come, bebe, briga, se casa, atrasa os impostos.
Você pode criticar algo pelo simples gosto da insatisfação e isso te dará a sensação de liberdade. Mas é irreal, é ingênuo, é tolo achar que alguém colocará a mão sobre a sua cabeça e amenizará a dor da sua revolta. A dor que foi criada.

Viver pelas próprias regras requer mais força interna, paciência e sangue frio do que a primeira opção. Eu tenho certeza que é mais fácil dominar uma nação inteira do que a força da própria mão dominante. Penso nisso toda vez que me imagino liderando os meus próprios pensamentos.




19 de novembro de 2013

Preciso de:

- Horas de sono
- Arrumar as gavetas
- Flores amarelas
- Carochas de natal (elas estão atrasadas esse ano)


6 de novembro de 2013

Sobre ganhar e perder (e mesmo assim ganhar)

Eu estive no alto dos arranha céus e escondida no subsolo. Entre os escombros ou pairando sobre meu próprio teto, tirei a conclusão mais fiel sobre mim mesma: nenhum minuto, nenhuma ação, nada é esquecido, nada é perdido.

O medo que tanto me fez parar pra pensar, ficou pra trás e eu não quero nem me lembrar como era viver no modo antigo, no modo seguro.



O que eu me tornei nestes últimos tempos espantou todos os monstros que eu cultivei do meu lado por tanto tempo... Alguma luz existe, afinal.

15 de agosto de 2013

Pensar fora daqui

Esquece,
esquece.

Unicórnio com chifre de parafuso.
Chuva de cerveja.

Pensa em outra coisa, garota. Você é mais esperta que isso.


14 de agosto de 2013

Your fear, my only hope

Eu preferia me ferrar do que desejar qualquer mal no mundo a você. Mas por que só o teu medo é que me faz existir?


5 de agosto de 2013

Coração gelado

Música, festa, os melhores do mundo as vezes se metem entre pessoas babacas. As vezes acho graça e as vezes me dá ânsia essa batalha de corpos. A garota rasga a própria roupa pra ser notada. O cara não deixa baixo e vira um animal querendo a caça. Tudo normal deste lado do planeta. Estou me segurando pra não colocar a cabeça de alguém entre o meu pé e o meio fio.

Sentimentos que não devem ser publicados, obviamente.

30 de julho de 2013

Involuntário

Como ter certeza que são as minhas virtudes, e não os meus vícios, que me fazem ser o que sou?


19 de julho de 2013

Nightmares

Poucas horas de sono ou horas não tão bem "descansadas" não estão fazendo bem para o meu subconsciente. O que já não era normal, está ficando perturbador.

Prosseguimos para as primeiras horas da manhã. 


16 de julho de 2013

Thunderbolt II

Noite estranha, sentimentos novos pra sentir. Anos de histórias na rua, nas construções. A vida inteira refletida nos olhos de estranhos. Alguns cometendo os meus erros, eu cometendo erros velhos de alguém. Sentimento que varia entre me sentir parte de algo ou me sentir a aberração atrás das jaulas. A plateia ou o show de horrores. Tudo depende do que se vê. Eu jamais desejaria perder alguns sentimentos que passam despercebidos pela grande multidão que corre da chuva.

Eu acho que prefiro o risco, prefiro achar que os raios podem cair no mesmo lugar. Infinitas vezes.


9 de julho de 2013

Próxima noite

Abro a gaveta, tiro-o com cuidado e o levo ao peito. Deito e me acomodo de volta ao calor do fim do dia. Fecho os olhos pra finalmente ver as luzes mais esperadas se acenderem. Estou do outro lado do mundo. Uma estação de metrô, um abraço e meu rosto abafado. Deixando a privação e todos os medos de lado, sinto lágrimas no meu ombro. Alguém comigo está chorando, mas não parece ser nada ruim. É como aquela terapia dos grupos de ajuda: o choro quente pode ser uma das melhores coisas pra aquecer. Até a respiração se altera, fica mais rápida e faz os órgãos acordarem. Não sei exatamente em que lugar estou, mas me sinto bem.

De manhã, já fora da cama, devolvo-o à gaveta. Dia novo, peito vazio, pronto pra enfrentar o mundo das pessoas de coração-de-gaveta.



(Preciso levá-lo mais vezes pra passear).

3 de julho de 2013

Modo automático

Elogio pra massagear o ego. Mentira pra manter a aparência. Hipocrisia pra julgar o ato. Orgulho pra cegar os olhos. Indiferença pra fingir não fazer parte da sujeira.

Não, não, não. Engraçado como as vezes o modo automático é o mais fácil. Insensível, indolor, in. Não, não, não. Aí vem alguém e te empurra pra frente, te faz ganhar velocidade, oferece insultos pelo retrovisor. Modo manual, humano, voraz. Não, sim, sim!

Alguém um dia disse que nós viemos pra incomodar. Se ninguém disse, eu digo agora: fazer barulho, é pra isso que nós estamos aqui.



22 de junho de 2013

Primeira noite de inverno

Poucas coisas tem tanto efeito em mim quanto um céu cheio de estrelas depois de uma tempestade somado ao ar frio de inverno congelando as narinas e reanimando os pulmões. Abro a janela querendo ser invadida pela madrugada. Simulo uma queda livre do céu negro até as pequenas luzes na cidade, um mergulho em espiral e volto a subir, os braços buscando um pouco mais do espaço, do infinito.

Estou pronta pra dormir - e acordar em um universo paralelo, em que ainda estou voando sem destino pelo espaço.


19 de junho de 2013

Isso poderia ser em qualquer lugar do mundo

mas é aqui.



"[...] Our steps seal fate,
Our steps seal fate.
This is our celebration, come join the lost souls,
This is our celebration, come join the lost souls.

(This city, this city is haunted)

Come, walk with us all
Come, walk with us..."

Alexisonfire - This could be anywhere in the world

16 de junho de 2013

Seek the fire

Mais um teste de limites até chegar ao ponto de confirmar: perdi o controle. De novo a cabeça fica dividida entre "quebrei todas as regras" e "o que diabos eu estou fazendo?". Apesar de tudo, de saber como acertar e continuar com alguns erros, preciso disso. Preciso de calor, de cabeça voando, de não sentir os pés doendo mesmo que esteja correndo pela cidade inteira. Quero acertar... mas preciso errar, tenho o direito de desfrutar dessa sensação. Não sou perfeita e dificilmente vou viver mais algum dia buscando isso. Não quero nada que não seja humano, cru, doloroso mas que me faça aprender mais. Não podemos sempre ganhar todas.



Apesar disso, ultrapassar os limites continua sendo a mesma coisa que perder o controle.
Por agora, surge a vontade intensa de aprender mais com Sartre.

11 de junho de 2013

Thunderbolt I

Há uma tempestade chegando. O silêncio, o assovio... Sinto o medo ao redor. Os pastores prendem as ovelhas no celeiro. Crianças deixam bicicletas caídas no quintal. Mães zelosas iluminam os porões com lamparinas. E no meio do campo, eu. O vento açoitando árvores, dobrando canteiros de girassol.
Muita coisa vai ser destruída e deixada pra trás. Corações vão ser quebrados. Recordações serão levadas pelo vento. Tempestades varrem tudo de tempos em tempos.

Então, surge o primeiro clarão no céu e no mesmo instante abro um sorriso maldoso no rosto. Digno de quem não sabe o que vai vir, mas mal pode esperar por isso...




5 de junho de 2013

Manhãs de caos

E assim foi como toda guerra é. Embalados pelo choro e pelas canções fúnebres, os que sobreviveram sentem também os buracos no peito, as armas na mão agora pesam. Ganhadores e perdedores perderam muito, se não tudo. O acordo, a diplomacia, toda a paz transformou-se em golpe, em ira e dor.

Feliz aquele que morreu antes de tudo isso, antes do estopim, antes da explosão pelos ares. Sobreviventes apenas sobrevivem, pois suas vidas lhes foram repentinamente tiradas, o ar já não traz mais vida. Não há glória nem sorrisos, apenas o caos de uma manhã bonita...

Render-se à derrota. Carregar no peito sentimentos infames dignos de um coração atingido em cheio. Reféns da sede e do desejo, derrotados pelo próprio amor. Um lado sempre vence, o outro nunca esquecerá.



"Nothing's ever built to last,
You're in ruins..."

[21 Guns - Green Day]


4 de junho de 2013

De novo 3 a.m.

Duas horas e cinquenta minutos respira solta respira estômago mexe calor pés inquietos calor respira frio Sol Mercúrio Vênus Terra Marte Júpiter Saturno Urano Netuno exclua Plutão protetor capilar protetor labial protetor espacial protetor facial pra não quebrar mais a cara três horas mensagem de pombo correio nos ombros 40 watts 220 volts 1 volta no relógio três horas e um minuto coruja se transforma em galo e começa a cantar carneirinhos já estão dormindo há horas coração respira solta olhos bem abertos narinas acordadas o tempo voa mais três minutos acordada respira falta o ar morreremos como peixes fisgados pela boca para alimentar o rei em nossas barrigas.


1 de junho de 2013

"And you found everything you need"

Coração pula alto que dói. E eu seguirei com o mesmo temor antigo, mas não abro mão do topo. Esse é o meu desejo, nada mais do que sentir tudo ao primeiro toque, na ponta dos dedos. E as pessoas lá embaixo dizem "olá" e pedem pra descer. Mas eu me transformei e nunca mais voltarei à antiga forma.

Sangue correndo tão rápido nas veias que chega a doer. Sentir isso me faz sentir o mundo. O mundo inteiro cabe dentro do meu peito.


27 de maio de 2013

Volta ao sistema solar em 24hrs

Minhas costas doem. Alguns sonhos me dão câimbras. Teletransporte?
Volto de manhã direto de Marte.
Corpo pedindo uma cama.
E um pouco de álcool, por favor.


17 de maio de 2013

Where is my mind? - Pixies

Sou o coração acelerado do Jack. Frio na espinha. Sangue fervendo.

Você pode fechar os punhos, fechar a porta, fechar os olhos o mais forte que puder. Mas seu coração continuará batendo. Você pode comprar jornais, comprar pão, comprar companhia pra cama. Mas seu coração continuará batendo. Você pode assistir os noticiários, assistir a sua vida passar diante dos seus olhos e deixar ir... Mas seu coração continuará batendo. Você pode consumir todas as drogas que existem. Inclusive seu emprego. Mas seu coração continuará batendo.Você pode parar o trânsito, parar a música, parar as máquinas. Mas não conseguirá parar o que seu coração sente.

Não mais. Não agora. Projeto Desordem e Destruição teve seu início ao puxar o pino da granada.


2 de maio de 2013

Eu que não temo, que não temia...

"Eu que não fumo, queria um cigarro
Eu que não amo você
Envelheci dez anos ou mais
Nesse último mês.
Eu que não bebo, pedi um conhaque
Pra enfrentar o inverno
Que entra pela porta
Que você deixou aberta ao sair.

O certo é que eu dancei sem querer dançar
E agora já nem sei qual é o meu lugar
Dia e noite sem parar eu procurei sem encontrar
A palavra certa,
A hora certa de voltar,
A porta aberta,
A hora certa de chegar..."


29 de abril de 2013

Implosão

"Smells like teen spirit" não podia tocar em melhor hora pra traduzir a sensação de corpo e espírito livres. Novamente da janela de um ônibus, novamente uma lua farta clareando a penumbra. Novamente a sensação de querer mostrar pra pessoa do lado o quanto "isso" é bom. Mas não, não haveria entendimento, palavras, gestos, nenhum sinal seria tão fiel a esse sentimento.

Quase uma explosão. E por não explodir tudo é ainda mais simples, pequeno e ao mesmo tempo gigantesco. Sentir o sangue correr o mais rápido possível, o coração crescer mais do que o meu próprio tamanho. E perceber que isso vem de dentro. De nenhum outro lugar se não de dentro.


25 de abril de 2013

Impremeditado

Quebrada.
Não. Trincada.
Sem fome. Sem frio. Marcas de guerra, apenas.
Vamos falar sobre qualquer coisa.
Bomba caseira.
Míssil republicano.
Sem fome. Um pouco de frio.
Perdendo sangue no campo de batalha. Muito frio.
2 + 2 = ninguém se importa com os outros. Não existe mais plural.
Bandeira branca. Bombardeada.
Mãos dadas. Segurando a granada.



Puxe o pino.
Corra. Caia. Morra.




24 de abril de 2013

Quarta-feira: o paraíso

"(Tell me!) Tell me; where is the love?
In a careless creation?
When there's no 'above'...




I know there's no reason for alarm
But who needs perspective when it comes to pain and harm?
We can change our minds; there's a better prize

But first you've got to..."

Bad Religion - God's Love

23 de abril de 2013

Terça-feira: o purgatório

"Hope you won't forget
hope you know that I'll always regret
those things I said
hope you know that I can clearly see."




Less Than Jake - Ghosts Of You And Me

22 de abril de 2013

Segunda-feira: o inferno

"[...] Please be the one to take my tears away

I was 22, I've had my share of views
I just can't steal that "happiness" from you
But I'll be the one to take your tears away."


The Dears - 22 The Death Of All The Romance

Atividade alternativa 2

Tristeza, raiva, ódio, medo, dor. Nada disso passa pela minha cabeça enquanto mantenho meus pés ocupados. Aliás, nenhum pensamento me domina enquanto entro em contato com o ar do fim de tarde, mais rápido, mais devagar, dançando entre bancos de concreto ou tomando velocidade a favor do vento. Dá pra sentir o frio chegando, entrando sutilmente em um mês ensolarado. E as pessoas caminham, jogam bola com crianças e aproveitam os últimos minutos de sol pois também sabem o que eu sei: alguns momentos são únicos. 



Encontrei o placebo correto para todos os tipos de males. A mente repousa enquanto as pernas se cansam em voltas, e voltas, e voltas, e voltas.

15 de abril de 2013

Sobre as voltas que o mundo não dá

Todas as pessoas que eu poderia ser ou tudo que eu poderia viver, lembro-me de tudo ao acordar as 5 da manhã. E se as vezes não acordo tão cedo, se acabo não lembrando, nunca mais irei descobrir qual foi a vida que roubei em cada uma das noites de sonhos que tive. Esse é o grande dilema: será que sou resultado dos meus sonhos, mesmo sem ter pleno conhecimento deles? Ou será que meus sonhos são resultado dos meus desejos?


7 de abril de 2013

Conjugação de todos os verbos que existem na 1ª pessoa do plural

Se pensarmos que não estamos sozinhos (como de fato não estamos) algumas portas poderiam ser abertas na mente. O que não podemos ver não significa que não exista, assim como as coisas que existem não tem garantia de vida eterna. Mas, pra algumas pessoas, a busca por algo maior com significado divino se materializa em crenças, boas ou ruins. A sensação de não estar sozinho, do medo, é um dos grandes motivadores pra isso. Vejamos, pois nunca estaremos sozinhos: como pessoa, sou Eu. Porém, como células, órgãos, somos Nós trabalhando para que todo o conjunto viva, mesmo que tudo seja tão pequeno e insignificante. Células, órgãos, o ar respirado e a luz que me faz enxergar somos Nós. A nuvem que passa, a estrela morta que ainda brilha, aquele peixe sendo fisgado no mar e todas as células do corpo somos Nós. Então as pessoas criam seres superiores para se sentirem inferiores (precisam idolatrar algo) e tomam posse do que não é seu para se sentirem superiores novamente (precisam ser idolatrados por algo). Bobos, ainda não se decidiram entre o Eu e o Meu, quando poderiam ser simplesmente Nós. "Minhas células, minha casa, minhas flores, minha estrela, meus animais, minha mente, só minha". Pertences e mais pertences acumulados sem realmente fazer parte de nada. Sem nem poder controlar coisa alguma.




Se retirada uma célula do meu corpo ela ainda será parte do "Nós", então todo o resto também será.

The Skeleton Dance (at 3:30 A.M.)

Hora dos monstros sairem às ruas. O ar é mais puro e mais verde, metade do céu de estrelas já desfilou por nossas cabeças. O silêncio é quebrado pelo som dos insetos, ou por passos arrastados... As corujas já não me assustam mais. Fizemos mais um pacto: elas cultuam a noite e fingimos que estão me fazendo companhia. A lua minguante dá um sorriso de gato da Alice. O mundo das maravilhas começou de madrugada, mais especificamente há alguns minutos. Os sons de pneus em "cavalos de pau" já se foram, a juventude caiu bêbada em suas camas. Cachorros latindo temem por algo que eu desconheço. E param. E outro recomeça lá longe pra continuar a comunicação noturna. A noite é quente, mas o ar é sempre gelado. Mas acho que monstros não usam casaco. Nem corujas. Os cachorrinhos latindo, às vezes sim. Não há vento, mas as árvores se mexem ganhando vida a cada respirada de oxigênio. Monstros respiram? Ninguém responde, silêncio. Exceto pelos passos. E pelas gargalhadas silenciosas da lua minguante.

26 de março de 2013

3rd law

"[...] Se um corpo A exerce sobre um corpo B uma força Fa, então o corpo B também exerce sobre o corpo A uma força Fb, de modo que essas duas forças têm o mesmo módulo, a mesma direção e sentidos opostos."



Isso nem sempre acontece com as pessoas.

22 de março de 2013

Dom Quixote

"Tudo bem, até pode ser
Que os dragões sejam moinhos de vento.
Tudo bem, seja o que for
Seja por amor às causas perdidas..."


21 de março de 2013

Respirar fundo e...




1- Tirar as botas de combate
2- Parar o relógio
3- Apagar as luzes
4- Abrir a janela pra ouvir a chuva
5- Escutar Less Than Jake - Escape from the A-bomb house.

20 de março de 2013

Janela ou corredor?

Prefiro olhar pra fora de mim, dessa cidade, desse planeta...Tantos doutores e poetas já descreveram o comportamento humano e, mesmo o que ainda não aconteceu, é facilmente provável. Afinal somos previsíveis. Mas, e lá fora? E com as "coisas" de vida gigantesca? O que mais pode acontecer nessa infinita explosão de fogos naturais? E se encontrarmos todas as respostas? E se nos depararmos com novas e mais terríveis dúvidas? E se o impossível na Terra for somente impossível na Terra?



Talvez possamos encontrar outras criaturas que também prefiram apreciar a vista da janela.