22 de junho de 2013

Primeira noite de inverno

Poucas coisas tem tanto efeito em mim quanto um céu cheio de estrelas depois de uma tempestade somado ao ar frio de inverno congelando as narinas e reanimando os pulmões. Abro a janela querendo ser invadida pela madrugada. Simulo uma queda livre do céu negro até as pequenas luzes na cidade, um mergulho em espiral e volto a subir, os braços buscando um pouco mais do espaço, do infinito.

Estou pronta pra dormir - e acordar em um universo paralelo, em que ainda estou voando sem destino pelo espaço.


19 de junho de 2013

Isso poderia ser em qualquer lugar do mundo

mas é aqui.



"[...] Our steps seal fate,
Our steps seal fate.
This is our celebration, come join the lost souls,
This is our celebration, come join the lost souls.

(This city, this city is haunted)

Come, walk with us all
Come, walk with us..."

Alexisonfire - This could be anywhere in the world

16 de junho de 2013

Seek the fire

Mais um teste de limites até chegar ao ponto de confirmar: perdi o controle. De novo a cabeça fica dividida entre "quebrei todas as regras" e "o que diabos eu estou fazendo?". Apesar de tudo, de saber como acertar e continuar com alguns erros, preciso disso. Preciso de calor, de cabeça voando, de não sentir os pés doendo mesmo que esteja correndo pela cidade inteira. Quero acertar... mas preciso errar, tenho o direito de desfrutar dessa sensação. Não sou perfeita e dificilmente vou viver mais algum dia buscando isso. Não quero nada que não seja humano, cru, doloroso mas que me faça aprender mais. Não podemos sempre ganhar todas.



Apesar disso, ultrapassar os limites continua sendo a mesma coisa que perder o controle.
Por agora, surge a vontade intensa de aprender mais com Sartre.

11 de junho de 2013

Thunderbolt I

Há uma tempestade chegando. O silêncio, o assovio... Sinto o medo ao redor. Os pastores prendem as ovelhas no celeiro. Crianças deixam bicicletas caídas no quintal. Mães zelosas iluminam os porões com lamparinas. E no meio do campo, eu. O vento açoitando árvores, dobrando canteiros de girassol.
Muita coisa vai ser destruída e deixada pra trás. Corações vão ser quebrados. Recordações serão levadas pelo vento. Tempestades varrem tudo de tempos em tempos.

Então, surge o primeiro clarão no céu e no mesmo instante abro um sorriso maldoso no rosto. Digno de quem não sabe o que vai vir, mas mal pode esperar por isso...




5 de junho de 2013

Manhãs de caos

E assim foi como toda guerra é. Embalados pelo choro e pelas canções fúnebres, os que sobreviveram sentem também os buracos no peito, as armas na mão agora pesam. Ganhadores e perdedores perderam muito, se não tudo. O acordo, a diplomacia, toda a paz transformou-se em golpe, em ira e dor.

Feliz aquele que morreu antes de tudo isso, antes do estopim, antes da explosão pelos ares. Sobreviventes apenas sobrevivem, pois suas vidas lhes foram repentinamente tiradas, o ar já não traz mais vida. Não há glória nem sorrisos, apenas o caos de uma manhã bonita...

Render-se à derrota. Carregar no peito sentimentos infames dignos de um coração atingido em cheio. Reféns da sede e do desejo, derrotados pelo próprio amor. Um lado sempre vence, o outro nunca esquecerá.



"Nothing's ever built to last,
You're in ruins..."

[21 Guns - Green Day]


4 de junho de 2013

De novo 3 a.m.

Duas horas e cinquenta minutos respira solta respira estômago mexe calor pés inquietos calor respira frio Sol Mercúrio Vênus Terra Marte Júpiter Saturno Urano Netuno exclua Plutão protetor capilar protetor labial protetor espacial protetor facial pra não quebrar mais a cara três horas mensagem de pombo correio nos ombros 40 watts 220 volts 1 volta no relógio três horas e um minuto coruja se transforma em galo e começa a cantar carneirinhos já estão dormindo há horas coração respira solta olhos bem abertos narinas acordadas o tempo voa mais três minutos acordada respira falta o ar morreremos como peixes fisgados pela boca para alimentar o rei em nossas barrigas.


1 de junho de 2013

"And you found everything you need"

Coração pula alto que dói. E eu seguirei com o mesmo temor antigo, mas não abro mão do topo. Esse é o meu desejo, nada mais do que sentir tudo ao primeiro toque, na ponta dos dedos. E as pessoas lá embaixo dizem "olá" e pedem pra descer. Mas eu me transformei e nunca mais voltarei à antiga forma.

Sangue correndo tão rápido nas veias que chega a doer. Sentir isso me faz sentir o mundo. O mundo inteiro cabe dentro do meu peito.