Seguir em frente dói. O estado natural dos corpos sempre tenderá ao conforto e ao chão firme (ou às vezes à uma cama quentinha em casa). Então, geralmente, seguir em frente realmente dói.
É como os dentes do siso que você sabe que precisam sair dali. Arrancá-los é tão difícil quanto deixá-los. Ainda mais porque o momento de dar adeus aos dentes vai chegar justamente naquela viagem, naquele show ou na coisa mais legal que poderia acontecer no ano inteiro.
Seguir em frente dói como chegar exausto de um dia em que todas as suas forças foram consumidas pelos outros e não sobrou nada pra você mesmo. Mas você precisa ter forças. Você precisa fazer coisas e tomar decisões mesmo que elas sejam difíceis, novas ou amedrontadoras.
Seguir em frente é particularmente difícil nesses dias.
Seguir será difícil porque serão necessários muitos “não”, poucos “sim” e vários “estou com medo”. E cada escolha feita irá pairar como uma espada sobre o seu dia te fazendo pensar “por que eu comecei isso, mesmo? ”.
É difícil seguir em frente porque você vai ter que se olhar no espelho e aceitar que este rosto e este corpo não são seus por acaso, mas sim porque só você saberá o que é melhor pra ele. E somente você poderá fazer algo por si mesmo na maioria das vezes.
Seguir em frente é difícil porque quando você estiver só começando vão surgir milhões de problemas no caminho (e eles nem estavam ali há um minuto atrás).
Seguir em frente sempre será contra o vento e tomar impulso cansa tanto quanto aumenta o desejo de voltar pra cama quentinha de casa.
Você pode até achar que alguém vai te impulsionar ou avisar o momento certo de seguir em frente. Esse alguém pode nunca chegar, mas também não precisa de pressa. Você mesmo saberá o exato momento de seguir em frente. Será o momento em que irá doer tudo e com tanta força que o único alívio será seguir.