mesmo que exista uma guerra eterna entre dois lados dentro de mim,
mesmo que eu não entenda e ache isso injusto,
mesmo que os sonhos me atormentem como se fossem reprise de dias que não vivi,
de coisas que não ouvi,
de gestos que não presenciei.
Mesmo que as músicas me façam querer quebrar o espelho,
a porta,
a cara.
Mesmo que todas as idas e vindas de pessoas que não ficam tenham me tornado assim,
fria, incrédula e indiferente.
Mesmo que todas as situações que formaram meu caráter tenham deformado meu coração,
mesmo que os finais de semana vividos ao extremo não signifiquem nada a mais que libertar o consciente.
Mesmo entre o céu e o inferno,
se eu puder sentir um pouco de vida, se eu puder sentir de novo presença e calor,
se mesmo com tudo isso que me transformei eu conseguir ser mais,
ser melhor,
ser o melhor pra alguém pela primeira vez,
então valerá a pena arrancar a máscara,
voltar pra superfície e ver mais uma vez o sol cegando meus olhos de todo o caminho traçado.
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