Seu corpo estava ali: seus olhos fascinados, sua boca aberta, seus pés fora do chão; mas ainda assim um pedaço relutante de si dizia que era como se não estivesse. A luz a anestesiava, e era o que ela queria: mente confusa. Pensava em cada fração de segundo no que lhe faltava, mas no fundo ela já sabia. Bom, é que ás vezes tentamos enganar nós mesmos e fazer de conta que buscamos respostas que na verdade já temos. Elas sempre estiveram ali, mas tentamos confundi-las, fazerem parecerem irreais, só pra darmos razão ao acaso a tudo que fazemos sem pensar. Tudo e nada a distraiam ao mesmo tempo. Seus olhos brincavam, mas eles eram duros por dentro... como uma batida forte no peito. Seu sorriso era o único intacto, até sincero se dosar bem o significado de "sincero". Ela sorria porque amava, apesar das pessoas, apesar das circunstâncias, apesar. Quem a via não enxergava o alvo de seu amor, mas ele estava ali, a cada momento. Algumas vezes saltava pelo riso, outras vezes sinalizava pela íris. Não passava pela mente porque dessa tudo se apaga. A origem era mesmo do coração. E doía. Não como a dor horrível de cansaço nos pés, era uma dorzinha constante... constante... constante... Mas ela sabia que pelo menos a dor nos pés ia passar depois.
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